Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Desmatamento na região amazônica de Mato Grosso cresce 282% durante o ano de 2019




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O desmatamento na Amazônia aumentou 212% em outubro de 2019 em relação ao mesmo mês no ano passado, segundo levantamento divulgado esta terça-feira pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Em 2018, foram perdidos 187 km². Desta vez, 583 km².

O Pará lidera o ranking, com 59% da área desmatada, seguido por Mato Grosso (14%), Rondônia (10%), Amazonas (8%), Acre (6%), Roraima (2%) e Amapá (1%).

Em outubro de 2019, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) detectou 84 quilômetros quadrados (Km2) de desmatamento na porção amazônica, localizada em Mato Grosso. A área desflorestada corresponde a um aumento de 282% em relação a outubro de 2018, quando o desmatamento somou 22 quilômetros quadrados, no território mato-grossense.

Este é o terceiro mês consecutivo que os satélites indicam aumento no desmatamento no novo “Período Prodes”, medido entre julho de um ano e agosto do ano seguinte. Em agosto, o primeiro mês, houve alta de 63% em relação a agosto de 2018. No segundo mês, o aumento foi de 80%. Agora, chega a 220%, sempre em relação ao mesmo mês do ano anterior.

As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 618 quilômetros quadrados em outubro de 2019, enquanto que em outubro de 2018 a degradação florestal detectada totalizou 125 quilômetros quadrados, um aumento de 394%. Proporcionalmente, em outubro deste ano, a degradação foi detectada no Mato Grosso (74%), Pará (17%), Rondônia (7%), Amazonas (1%) e Tocantins (1%). No Estado, a degradação saltou de 100 km2 para 456km2 no espaço de tempo de um ano.

Em outubro de 2019, a maioria (54%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em assentamentos (32%), unidades de conservação (7%) e terras indígenas (7%). No Estado, o município de Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá) aparece na sétima colocação entre os 10 municípios mais críticos, com 15km2 derrubados. Já a Reserva Guariba-Roosevelt, localizada no noroeste mato-grossense, respondeu por 5km2 do desmate dentre as unidades de conservação.

O SAD é uma ferramenta de monitoramento da Amazônia baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo do desflorestamento e da degradação florestal na região. Conforme o instituto, o desmatamento consiste na conversão total da floresta para outra cobertura e uso do solo, enquanto a degradação é um distúrbio parcial na floresta causado pela extração de madeira e/ou por queimadas florestais. O SAD detecta áreas de desmatamento a partir de 1 hectare.

Segundo o Imazon, o desmatamento é a remoção completa da vegetação florestal, normalmente para conversão em área de pasto. Há, também, o processo de degradação, que consiste na extração de árvores, normalmente para comercialização de madeira, e incêndios florestais.

O território degradado aumentou 394%, passando de 125 km² em outubro de 2018 para 618 km² no mesmo mês de 2019. Neste caso, o Mato Grosso lidera o ranking (74%). O Pará aparece na segunda posição (17%).  Cientistas afirmam que, se for mantido o atual ritmo de devastação, o desmatamento na floresta pode se tornar irreversível em dez anos, passando por um processo em que a vegetação vai se tornar semelhante a uma de savana.

O Fundo Amazônia, que já recebeu R$ 3,4 bilhões desde sua criação, em 2008, ainda não teve nenhum projeto aprovado este ano. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que deseja mudar a destinação dos recursos, contrariando os países doadores, Noruega e Alemanha, que congelaram novos repasses.

Salles participa desde o início da semana da Conferência do Clima (COP-25) em Madri, onde pretende reivindicar verbas para conservação ambiental. O ministro afirmou que não planejará novas ações enquanto não receber recursos pela redução das emissões de gases estufa na década passada.

 


Autor:Redação AMZ Noticias


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