Terca-Feira, 21 de Maio de 2024

Homens e dependentes químicos são maioria dos moradores de rua em Cuiabá




COMPARTILHE

Um levantamento por amostragem feito pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (Smadh) mostra que a maioria das pessoas em situação de rua, em Cuiabá, é formada por homens (75%) e não é oriunda da capital (67%). Mais de 80% têm dependência química. Dados como estes fazem parte de um relatório preliminar de abordagem desenvolvido pelo projeto “Quero te conhecer”, que vem sendo funcionando desde 2017.

A pesquisa mostra ainda que 37% dessas pessoas se declaram pardos, possuem entre 22 a 31 anos e mais de 65% estão há cerca de três anos morando nas ruas. Quanto ao grau de estudo, um percentual de 38% declarou ter somente o ensino fundamental incompleto. O último relatório de abordagem do projeto, realizado por amostragem em julho passado, cadastrou e coletou dados de cerca de 150 pessoas, que vivem em vários locais da capital.

Entre esses locais estão a Praça Porto, Av. 15 de Novembro, Praça Oito de Abril, Praça Morro Caixa D’água Velha, Entornos do Atacadão, Beira Rio (Porto), Morro da Luz, Beco do Candeeiro, Avenida Historiador Rubens de Mendonça, Rodoviária e Entornos, Praça da Mandioca, Praça da República, Praça Alencastro, Praça Rachid Jaudh, Praça Ipiranga. Ao todo, a capital conta hoje com aproximadamente 400 moradores em situação de rua. Estes, segundo a prefeitura, estão sempre recebendo a assistência do município.

Por meio da assessoria de imprensa, a gestão atual garante que vem desenvolvendo novas ferramentas para trabalhar políticas públicas voltadas a este grupo de pessoas. Uma dessas ferramentas é o “Quero te conhecer” em funcionamento desde do ano passado e é aplicado pela equipe da Assistência Social com o intuito de mapear essa população. Após, traçar estratégias funcionais que atendam às necessidades desse grupo.

“É um cenário calamitoso, mas que não é somente uma situação isolada de Cuiabá, como mostra as pesquisas. Diante disso, a gestão atual está, aos poucos, estudando essa situação, buscando parcerias com movimentos, instituições, ligados à causa, para que juntos possamos desenvolver ferramentas de qualidade e construir uma política pública eficiente, levando mais humanização na inclusão social, que é a principal bandeira da administração do prefeito Emanuel Pinheiro”, avalia o secretário de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Wilton Coelho, por meio da assessoria de imprensa.

Já a assistente social do Município, Vera Lúcia Martins, esclarece que os números não se tratam de um diagnóstico e sim de dados preliminares, mas que estão auxiliando no conhecimento dessa população. Martins explica que o resultado da pesquisa só será possível a partir de trabalho de aproximação, por meio das ações de fortalecimento de vínculo.

“É o início de um trabalho voltado para essa população, que é muito citada, mas pouco assistida ainda no Brasil. Estamos, agora, começando a desenhar as raízes dessa problemática, para tratá-la de forma assertiva. Pois antes desse início tínhamos uma noção muito rasa ainda do perfil dessas pessoas. Assim, o que tratávamos era o superficial. E queremos abranger ações que realmente mude esse triste cenário. Falta muito, mas já começamos e acreditamos que esse é o caminho para a elaboração e prática de instrumentos eficazes na tratativa dessa situação”, acredita.

Outro dado preocupante é o de envolvidos com substâncias químicas, que leva, na maioria das vezes, ao conflito familiar. Esse grupo é predominante, chegando ao percentual de 84%.

 “Uma situação leva a outra. Os conflitos com os familiares, devido ao uso de drogas, aguçam a saída dessas pessoas de seus lares. Alguns já estão há tanto tempos nas ruas, que têm muita dificuldade quando vão para unidades de acolhimento. Essas pessoas se dissociam do convívio com hábitos saudáveis, que é normal de quem mora nas ruas, e isso é um dos fatores que também contribuem para a nossa aproximação deles”, observa Vera Lúcia.

Ainda, de acordo com Vera Martins, é complicado fazer o mapeamento preciso, pois essas pessoas migram de um lugar para o outro, com uma certa frequência. “São andarilhos e na maioria das vêzes, com a aproximação da nossa equipe, eles fogem, dificultando o trabalho. Para facilitar o mapeamento, a prefeitura busca, em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), um trabalho científico, abrangendo ferramentas e técnicas facilitadoras do processo.

SERVIÇO - Além do atendimento no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Centro e Norte, de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h, por meio do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), o município agora conta também com uma equipe em atendimento pelo número de celular (65) 9 9938-7558, de domingo a domingo, até as 22 horas, para receber os pedidos de auxílio da população a esses moradores em situação de rua. 


Autor:AMZ Noticias com Diário de Cuiabá


Comentários:
O Jornal do Carajas não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros.

Nome:
E-mail:
Mensagem:
 



Copyright - Jornal do Carajas e um meio de comunicacao de propriedade da AMZ Ltda.
Para reproduzir as materias e necessario apenas dar credito a Central AMZ de Noticias