Domingo, 05 de Maio de 2024

Dados apontam que 80% das obras de usinas de energia elétrica estão com atraso de cronograma




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O estado de Mato Grosso está com 80% das usinas de energia elétrica com obras atrasadas. Do total de 20 centrais geradoras com potência de 641,62 megawatts (MW) programadas para liberação comercial, 16 estão com o cronograma de implantação comprometido.

Os empreendimentos representam 87,8% da geração energética prevista até 2028, com capacidade para injetar 563,07 MW no Sistema Interligado Nacional (SIN). Doze usinas com potencial de geração de 471,12 MW sequer tiveram as obras iniciadas, informa a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além disso, duas usinas com potência de 22 MW estão paralisadas.

Conforme atualizado pela agência reguladora neste mês, das geradoras de energia em fase de implantação, 4 com potência de 45,71 MW ainda não tem previsão de iniciar as operações. Todas são geradoras por fonte hídrica.

A atual capacidade instalada de geração energética em Mato Grosso é composta por 229 empreendimentos, com potência outorgada de 3.959.377,35 quilowatts (kW), dos quais 75,3% ou 2.985.219 kW são produzidos a partir da matriz hídrica, incluindo as centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) ou usinas hidrelétricas (UHEs), detalha a Aneel. Usinas de geração solar fotovoltaica representam apenas 3.970 kW ou 0,10% da potência instalada no Estado, que é complementada por 969.188 kW ou 24,4% de geração termoelétrica (UTEs).

Somada a produção de energia de todos estes empreendimentos, Mato Grosso detém 4% da capacidade instalada no país. São Paulo, com 24,9 gigawatts (GW), lidera, seguido pelo Pará (22,9 GW), Paraná (17,3 GW), Minas Gerais (16,7 GW) e Bahia (14,7 GW), revela a agência reguladora.

A complexidade dos projetos energéticos, que exige a atuação de equipes interdisciplinares, pode dificultar a elaboração e execução, observa o pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (Niepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ivo Dorileo. Eventuais falhas nos projetos também podem ocorrer, diz. A principal causa dos atrasos das obras está, porém, no processo de licenciamento ambiental, na opinião do especialista.

Especificamente em relação às hidrelétricas, Dorileo afirma que existem muitas etapas de execução a serem cumpridas, envolvendo legislações cruzadas que interferem no processo. São necessários estudos hidrológicos, estudos de viabilidade, anteprojeto e projeto, estudos ambientais, licenciamentos de instalação até a operação, passando por diversos órgãos que fiscalizam e regulam o setor elétrico.

Estas instituições precisam agir, elaborar documentos e estabelecer regras e normas em sintonia, também para que os prazos sejam os menores possíveis, o que não acontece atualmente, opina o pesquisador do Niepe/UFMT.

Tiago Vianna de Arruda, presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia) e diretor regional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) reforça que há dificuldades na tramitação de licenciamentos ambientais dos empreendimentos de geração de energia.

Normalmente a morosidade ocorre devido a lentidão em órgãos ambientais, devido ao grande volume de projetos, não só de hidroelétricas, mas de demanda ambiental como um todo.

Os órgãos ambientais são desprovidos de volume de mão de obra necessária para que os entendimentos necessários entre os empreendedores e os técnicos ambientais sejam tramitados rapidamente, afirma. Conforme ele, um processo de instalação de uma PCH demora, em média, dez anos até obter licenciamento ambiental.


Autor:AMZ Noticias com Gazeta Digital


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