Terca-Feira, 30 de Abril de 2024

Falta de caminhões e atraso no ciclo trazem lentidão na colheita da safra de soja no Vale do Araguaia




COMPARTILHE

O clima desfavorável alongou o ciclo da soja e acabou concentrando a colheita do grão em muitas fazendas na região nordeste de Mato Grosso. Isso se tornou um problema para os agricultores da região, que não possuem número de armazéns suficiente para receber toda a produção.

A situação que abrange as regiões de Água Boa e Canarana é destaque do episódio 76 do Patrulheiro Agro desta semana.

O caminhoneiro Ronilson Ferreira comenta que passar pelo Vale do Araguaia é um sofrimento para os motoristas. “Em todo lugar que você vai é desse jeito. Só fila. Você fica na lama aqui, não tem uma sombra, não tem geladeira para você pegar água, não tem nada. Aí fica jogado no pátio”, afirma.

Na hora da entrega caminhões chegam a virar o dia na fila para descarregar, reduzindo a disponibilidade de veículos para carregar os grãos nas propriedades e, consequentemente, comprometendo ainda mais o ritmo das colheitadeiras nas lavouras. Segundo o Sindicato Rural de Canarana foram cultivados nesta safra 320 mil hectares de soja. A capacidade estática para o município é de apenas 50% da produção.

De acordo com Willames Rodrigues, caminhoneiro que trafega na região, no começo era mais fácil descarregar, mas com o aumento do fluxo no começo da safra, ficou mais complicado e chega a durar mais de 24 horas de espera. “Eles alegam que a demora é pela soja úmida, dando prioridade aos carregamentos”.

“Como nós temos muitos produtores e a maioria, são arrendatários, eles têm essa dificuldade de construir o armazém nas terras que não são deles. Por isso existe essa dificuldade de fazer com que as tradings sejam atraídas para o nosso município, para que elas construam novos armazéns. Então, é um investimento que eles vão postergando o máximo possível e isso vai acarretando cada vez mais problemas em nosso município”, explica Geraldo.

De acordo com o Sindicato Rural de Água Boa, dos 240 mil hectares de soja cultivados nesta safra os agricultores já colheram 70%. Essa situação, segundo o presidente do Sindicato Rural de Canarana, Alex Wisch, é recorrente há vários anos e a tendência é piorar já que os armazéns existentes estão ficando ultrapassados e a tecnologia já não comporta o tipo de manuseio deles.

“Alguns armazéns com balança defasada não aceita nem a pesagem de nove eixo e tem que dar desmontagem. Outros nem possuem tombador. Nós estamos pagando R$ 2,30 a saca de soja para levar na cidade a 11 quilômetros de distância, onde teria que ser no máximo, R$ 1,50, R$ 1,60, R$ 1,80, por exemplo, para compensar o aumento”, finaliza Alex. 


Autor:AMZ Noticias com Canal Rural


Comentários:
O Jornal do Carajas não se responsabiliza pelos comentários aqui postados. A equipe reserva-se, desde já, o direito de excluir comentários e textos que julgar ofensivos, difamatórios, caluniosos, preconceituosos ou de alguma forma prejudiciais a terceiros.

Nome:
E-mail:
Mensagem:
 



Copyright - Jornal do Carajas e um meio de comunicacao de propriedade da AMZ Ltda.
Para reproduzir as materias e necessario apenas dar credito a Central AMZ de Noticias